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Intelectuais negras que entraram pra história

Ser mulher já é uma missão difícil em uma sociedade marcada por valores patriarcais e machistas, e ser mulher negra tem uma carga ainda mais complexa de dificuldades, acrescentada pelo racismo. Um dos campos de representatividade negra que passaram a ganhar espaço nos grandes meios nos últimos anos foi o de pensadoras negras. Filósofas, sociólogas, feministas e toda gama de mulheres negras que tenham uma mensagem a passar sobre sua vivência e sobre  sociedade, sempre existiram, mas hoje suas vozes alcançam muito mais gente. O exemplo dessas mulheres é muito importante para as novas gerações se verem representadas em espaços, que até bem pouco tempo atrás, não eram tão facilmente ocupado.

Djamila Ribeiro. Reprodução: Lucas Lima UOL

Aqui no Brasil, uma grande voz que surgiu nos últimos anos foi a filósofa Djamila Ribeiro, que foi a pessoa que popularizou a expressão “lugar de fala”. Ao contrário de outras intelectuais, Djamila conseguiu adentrar espaços que outras mulheres negras não tinham alcance, como em programas da Globo, levando o debate racial ao grandes público.

Sueli Carneiro. Reprodução: Marcus Steinmeyer

Sueli Carneiro começou a trabalhar com militância década na década de 80, quando quando fundou a ONG Geledés – Instituto da Mulher Negra. A ONG tem sua atuação voltada para combater o racismo e o sexismo. Além de sua militância na ONG, Sueli é formada em Filosofia, pela USP, e tem uma carreira na área acadêmica, sendo uma referência na área de feminismo negro.

Conceição Evaristo. 03/05/2018 – PORTO ALEGRE, RS. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Conceição Evaristo tem uma carreira bem sucedida como escritora, tendo recebido um Prêmio Jabuti em 2015, e também no meio acadêmico, onde tem mestrado pela PUC-Rio e doutorado pela UFF. Embora tenha iniciado sua carreira como escritora em 1990, Conceição, ganhou projeção na mídia nos anos 2017 e 2018. Em 2017, foi tema da Ocupação Itaú Cultural. Já em 2018, Conceição teve uma grande campanha para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, e embora tenha sido uma campanha com grande repercussão, quem acabou eleito para ocupar a cadeira foi o cineasta Cacá Diegues.

Angela Davis. Reprodução: Internet

Angela Davis é um dos principais nomes quando é discutido a condição da mulher negra na sociedade norte-americana. Considerada um ícone pela sua militância contra a segregação racial nos EUA, Angela é uma filósofa que foi militante dos Panteras Negras, e ficou famosa graças a campanha que foi feita pela sua libertação, por uma suposta participação em um crime que estavam envolvidos outros integrantes da organização. Angela chegou a integrar a lista de mais procurados do FBI, e a campanha para sua libertação ganhou vozes importantes como John Lennon e Yoko Ono. Sua obra literária é de grande importância para entender o papel da mulher negra na sociedade estadunidense. Em 2013, foi produzido um documentário sobre a sua prisão, chamado Libertem Angela Davis.

Chimamanda Adichie. Reprodução Stephan Voss, for The Guardian

Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana que é uma das de maiores sucesso e popularidade, no que diz respeito à feminismo negro. Seu nome ganhou notoriedade no grande público após a cantora Beyoncé, usar um trecho de sua fala em uma palestra na música “Flawless”. Chimamanda iniciou sua carreira em 2003, e já teve sua obra traduzida para mais de 30 idiomas. Seus livros, Sejamos Todas Feministas e Para Educar Crianças Feministas – Um Manifesto, fizeram bastante sucesso e ficaram em listas de mais vendidos.

O Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras foi criado em 2014 por Giovana Xavier e surgiu do desejo de congregar mulheres negras de diferentes áreas para construção de uma rede feminista negra engajada na produção de conhecimentos e promoção de ações com foco em comunidades negras, suas experiências e histórias. A partir do encontro, surge “Intelectuais Negras Visíveis”,publicação que apresenta o primeiro balanço de uma pesquisa composta por cento e cinquenta e três profissionais negras atuantes em campos variados nas cinco regiões do país.

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