Final Feliz para Danillo Félix: depois de 55 dias preso, o auxiliar administrativo foi absolvido, mas sua luta continua.
Final Feliz para Danillo Félix. (Ou quase isso). No dia 28 de setembro mais de 150 pessoas comemoraram, em frente ao Fórum Desembargador Enéas Marzano, em Niterói, a absolvição de Danillo Félix. Desde às 15 horas acontecia no local uma manifestação pedindo a liberdade do jovem, que foi preso no dia 6 de agosto por um assalto que não cometeu. Representantes de organizações não governamentais, familiares e amigos se reuniram para acompanhar a audiência de instrução e decisão do caso, que ocorria na 1ª Vara criminal. A celebração aconteceu por volta das 18 horas, quando a notícia de que Danillo seria solto chegou aos manifestantes. A vítima do assalto não reconheceu em Danillo o seu agressor, depois de vê-lo pessoalmente. No entanto, a foto retirada de redes sociais, que incriminou Danillo, já foi utilizado para envolvê-lo em outros dois inquéritos.
Na imagem data de de 2017, o jovem está de cabelo curto e bigode, características do assaltante segundo a vítima. Mas, desde o início de 2019, o jovem passou a usar cabelos longos, com tranças, e cavanhaque, que só foram removidos quando ele teve o cabelo raspado ao ser preso. Ou seja, na data do crime, sua aparência não correspondia à descrição do assaltante. Mesmo assim, a imagem foi novamente utilizada para incriminá-lo em outros dois inquéritos. Inclusive, simultaneamente à sua absolvição, a 76ªDP (Niterói) encaminhou um segundo pedido de prisão preventiva para Danillo, mas o juiz da à 4ª vara criminal não recebeu o pedido.
A Manifestação
O ato realizado na calçada em frente ao fórum reuniu aproximadamente 150 pessoas e teve caráter artístico cultural e apartidário. Foram vários grupos se apresentando, incluindo a Orquestra de Cordas da Grota, que teve um de seus integrantes – Luiz Justino – preso em situação muito semelhante ao que ocorreu com Danillo Félix. Assim como a Orquestra, o Jongo Gongola, vinculado ao Centro de Estudos Afro Brasileiro Ironides Rodrigues (CEABIR), e o grupo de Dança Afro do núcleo fluminense da Rede Nacional de Religiões Afro Brasileiras em Saúde (RENAFRO), fizeram apresentações. Além disso, o ato contou com momentos de declamação de poesias, de autoria de artistas ligados ao movimento negro.
Junto ao meio fio foram improvisados varais onde os manifestantes penduraram imagens de Danillo e de outros dois jovens presos em função de reconhecimento por foto (Carlos Henrique Santana e Jefferson Ribeiro). As imagens mostravam os rapazes em momentos com suas famílias.
A Luta Continua
No dia 15 de outubro, acontecerá um novo ato artístico cultural. Dessa vez em frente ao Fórum do Colubandê, em São Gonçalo, pela liberdade de Carlos Henrique Santana Moreira. Já em 17 de novembro o ato será em favor de Jefferson Ribeiro, novamente em frente ao Fórum Enéas Marzano em Niterói. Esses outros dois jovens também estão presos por conta de reconhecimentos feitos por foto em delegacia. No caso de Carlos Henrique, já é a segunda prisão a partir da mesma metodologia. Da primeira vez ele ficou mais de um ano preso até ser absolvido.
